Há 50 anos, o arquipélago de Cabo Verde conquistava sua plena independência de Portugal em um marco na luta anticolonial africana. Aristides Pereira, secretário-geral do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), assumiu a presidência, enquanto Pedro Pires, um comandante militar, tornou-se o primeiro-ministro. A administração colonial conjunta de Cabo Verde e Guiné-Bissau havia sido dissolvida em 1879, quando ambos os territórios se tornaram possessões separadas de Portugal, iniciando um longo período de dominação imperialista.

Em 1951, o status de Cabo Verde foi alterado para “província ultramarina”, e em 1961, seus habitantes receberam oficialmente a cidadania portuguesa plena. Essas mudanças, no entanto, foram vistas como meramente superficiais por setores da população colonial, que começaram a se organizar pela completa independência de Portugal, tanto para Guiné-Bissau quanto para Cabo Verde.

Um desses grupos, o PAIGC, foi fundado em Bissau em 1956, sob a liderança de Amílcar Cabral, um talentoso líder revolucionário. O objetivo inicial do PAIGC era buscar a independência por meio de protestos pacíficos. Contudo, a resposta portuguesa em 1959 foi marcada pela violência e prisões, o que convenceu o PAIGC de que somente a luta armada seria suficiente para derrubar o regime colonial e fascista.

Após um período de treinamento militar e intensa preparação política, o PAIGC lançou sua campanha armada em janeiro de 1963. A partir de então, o movimento demonstrou constante progresso militar nas colônias portuguesas na África.

Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral foi assassinado. Apesar da perda de seu líder, a luta pela libertação continuou, culminando na declaração de independência da Guiné-Bissau em 24 de setembro daquele mesmo ano.

Este evento crucial, somado a outras guerras prolongadas nas colônias portuguesas na África, precipitou uma profunda crise em Portugal, que resultou na bem-sucedida revolução de 25 de abril de 1974, conhecido como a Revolução dos Cravos. O novo governo português, diante da inviabilidade de manter o império colonial em face da resistência africana, iniciou negociações com os movimentos nacionalistas, pavimentando o caminho para a independência das ex-colônias.

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Last Update: 04/07/2025