Em 5 de junho de 1989, um homem solitário enfrentou uma coluna de tanques na Praça da Paz Celestial, em Pequim, interrompendo seu avanço por mais de meia hora, em um ato de bravura que completa 36 anos na quinta-feira (5). Conhecido como o Rebelde Desconhecido, ele ficou diante dos blindados, segurando sacolas, em um gesto capturado por fotógrafos estrangeiros, tornando-se um dos registros mais icônicos do século XX.

Sua identidade e destino permanecem incertos, com especulações de prisão ou execução, segundo a rede britânica BBC. O ato ocorreu um dia após a repressão militar aos protestos na praça, que exigiam reformas democráticas, deixando entre 241 e 10 mil mortos, conforme estimativas da Anistia Internacional.

Na China de 1989, o governo do Partido Comunista enfrentava uma crise interna, com pressões por mudanças políticas e econômicas. Após a morte do líder reformista Hu Yaobang, estudantes e trabalhadores ocuparam a Praça da Paz Celestial por semanas, em uma luta para impedir que burocracia governante de então reproduzisse no gigante asiático, os ataques empreendidos pelo stalinismo na União Soviética e que terminaram com uma dolorosa restauração capitalista radical, sob os parâmetros do neoliberalismo.

A resposta foi a lei marcial, com tanques e tropas dispersando os manifestantes em 4 de junho, em um massacre que chocou o mundo. O Rebelde Desconhecido acabou expressando a luta do povo chinês contra as tendências direitistas do regime de então, uma mobilização fundamental para que o gigante asiático não se esfacelasse pela corrupção de burocratas e se tornasse uma das principais forças de oposição ao imperialismo no mundo.

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Last Update: 05/06/2025