O Brasil registrou o maior número de afastamentos por transtornos mentais em uma década, com 472 mil concessões de licença médica em 2024, segundo o Ministério da Previdência Social. Com informações do G1.
O aumento de 68% em relação ao ano anterior reflete o impacto da ansiedade e depressão entre trabalhadores. Especialistas apontam que fatores como a instabilidade econômica e os efeitos da pandemia contribuíram para o crescimento dos casos.
Diante desse cenário, o governo federal intensificou a fiscalização nas empresas, atualizando a NR-1, norma que estabelece diretrizes sobre saúde no ambiente de trabalho. A nova regulamentação prevê penalidades para empregadores que não adotarem medidas de prevenção. Além disso, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que, em média, os trabalhadores afastados receberam R$ 1,9 mil por mês e permaneceram fora do trabalho por três meses.
Os dados revelam que os estados com maior número absoluto de afastamentos foram São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, proporcionalmente, o Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram os maiores índices. Especialistas destacam que eventos extremos, como a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, também contribuíram para o agravamento dos casos na região.
O perfil dos trabalhadores afastados mostra que 64% são mulheres, com idade média de 41 anos. A sobrecarga de trabalho, os salários menores e a responsabilidade pelo cuidado familiar são apontados como fatores que tornam as mulheres mais vulneráveis a transtornos mentais.
Além disso, os números do INSS indicam que um mesmo trabalhador pode solicitar mais de uma licença no mesmo ano, o que evidencia a recorrência dos problemas de saúde mental.
O impacto financeiro também é significativo. O INSS não divulgou o valor total gasto com auxílios para transtornos mentais, mas estimativas apontam que os pagamentos podem ter chegado a quase R$ 3 bilhões em 2024.
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