Mulher se protegendo do sol em Roma, na Itália. Foto: reprodução

Uma massa de ar escaldante avança sobre o sul da Europa nesta semana, levando governos a adotarem medidas extraordinárias para proteger populações vulneráveis. A Espanha registrou, neste fim de semana, a temperatura mais alta de sua história para o mês de junho: 46°C na cidade de El Granado, superando o recorde anterior de 45,2°C que durava desde 1965.

Em Madri, onde os termômetros marcaram 40°C, o fotógrafo Diego Radamés, de 32 anos, descreveu à AFP a situação como anormal para a época. “O calor não é normal para esta época do ano”, afirmou, ecoando o sentimento de muitos europeus que enfrentam condições extremas semanas antes do verão oficial.

Portugal mantém alerta vermelho em Lisboa e no sul do país, onde farmácias relataram aumento de casos de exaustão por calor e queimaduras solares graves. “Aconselhamos as pessoas a se refrescarem, mas ainda tivemos casos graves”, contou a farmacêutica Sofia Monteiro. A situação se repete na Itália, onde 21 cidades incluindo Roma, Milão e Veneza estão em alerta máximo.

Os sistemas de saúde europeus já sentem o impacto. Hospitais italianos reportaram aumento de 10% nos atendimentos por insolação, principalmente entre idosos e população em situação de rua. Em resposta, Bolonha criou “abrigos climáticos” temporários, enquanto Roma oferece acesso gratuito a piscinas públicas para idosos acima de 70 anos.

Moradores de Barcelona, na Espanha, se refrescando. Foto: reprodução

Na França, a ministra da Transição Ecológica Agnès Pannier-Runacher classificou a situação como “nunca vista antes”, com 84 dos 95 departamentos do país em alerta laranja. Cerca de 200 escolas públicas francesas fecharão parcialmente nesta semana para proteger estudantes e funcionários.

Os efeitos colaterais do calor extremo se multiplicam. Bombeiros combatem incêndios florestais na Sicília (15 focos apenas no sábado), sul da França e Turquia, alimentados por vegetação seca e ventos fortes.

Espécies invasoras

Autoridades italianas também emitiram alerta para o aparecimento de espécies marinhas invasoras potencialmente perigosas, como o peixe-leão, em águas costeiras.

Especialistas em clima apontam para o agravamento do fenômeno das “ilhas de calor urbanas”, onde a concentração de asfalto e concreto eleva as temperaturas localmente. “O efeito é devastador em áreas metropolitanas”, explicou Emanuela Piervitali, pesquisadora do Instituto Italiano de Proteção Ambiental.

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Last Update: 30/06/2025