O Tratado Anglo-Japonês foi um marco na política imperialista do início do século XX, estabelecendo uma aliança entre o Reino Unido e o Japão. Assinado em 30 de janeiro de 1902, em Londres, o acordo representou um reconhecimento formal do Japão no clube dos países imperialistas. O tratado foi principalmente para a contenção da expansão russa na Ásia e a proteção das colônias britânicas no Oriente.
No final do século XIX, o Japão passava por um rápido processo de modernização militar e econômica após a Restauração Meiji (1868). Ele conseguiu ascender rapidamente, como a Itália e a Alemanha, e se tornar um país imperialista que tinha como grande foco a dominaçã da Coreia e a Manchúria, áreas também cobiçadas pelo Império Russo.
O tratado estabelecia que:
- Reconhecimento de interesses mútuos – O Japão tinha liberdade para proteger seus interesses na Coreia, enquanto o Reino Unido mantinha sua influência sobre a China.
- Neutralidade em caso de conflito – Se uma das partes entrasse em guerra contra um terceiro país, a outra manteria neutralidade.
- Assistência militar mútua – Se um segundo país se aliasse ao agressor e atacasse um dos signatários, o outro deveria intervir militarmente.
Na prática, isso significava que, se o Japão entrasse em guerra contra a Rússia e uma segunda potência, como a França, se aliasse aos russos, o Reino Unido estaria obrigado a ajudar o Japão. Esse ponto foi crucial para a estabilidade do tratado.
Pouco tempo depois o Japão entrou em guerra com a Rússia. A frota russa foi atacada em Port Arthur, e os britânicos garantiram que a França, aliada da Rússia, permanecesse neutra, impedindo uma intervenção europeia no conflito. A vitória japonesa consolidou o país como uma grande potência militar e ampliou seu controle sobre a Coreia e a Manchúria.
Após essa vitória, o tratado foi renovado em 1905 e ampliado em 1911, fortalecendo ainda mais a cooperação militar entre os dois países. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o Japão honrou o acordo ao declarar guerra à Alemanha, capturando colônias alemãs no Pacífico e na China.