A Rebelião do Nordeste foi um movimento separatista ocorrido em 1824 nas províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, inspirado nos ideais iluministas e republicanos da Revolução Francesa e na Revolução Pernambucana de 1817. O movimento surgiu como reação à centralização política promovida por Dom Pedro I, especialmente após a promulgação da Constituição de 1824, rejeitada pela classe dominante local.
Insatisfeita com a perda de autonomia e com as medidas econômicas do governo, que agravavam a crise no Nordeste, tentaram estabelecer uma república federalista independente.
A revolta enfrentou forte repressão do governo imperial, liderada por Lorde Cochrane e Francisco de Lima e Silva, culminando em um cerco ao Recife em setembro. Apesar do apoio de setores populares e militares, a Rebelião do Nordeste era formada majoritariamente por latifundiários, comerciantes e senhores de escravos.
No dia 16 de setembro, Frei Caneca e outras lideranças decidiram abandonar Olinda e continuar a luta no interior. Em 17 de setembro, a maioria dos líderes da rebelião decidiu pela rendição.
Em menos de uma semana, as tropas imperiais derrotaram os rebeldes. Apenas dois meses depois, no dia 29 de novembro, foi acordada a rendição final dos rebeldes e a vitória do Império.
A derrota consolidou a autoridade de Dom Pedro I e a unidade nacional, prevenindo a fragmentação do Brasil em múltiplos países, como ocorreu na América Espanhola.
Embora a historiografia pequeno-burguesa tente retratar o movimento como progressista por causa da ideologia, sua essência favorecia interesses locais em detrimento da formação de um Estado nacional forte.
A centralização promovida por Dom Pedro I, apesar de controvérsias, foi crucial para a consolidação territorial e política do Brasil, garantindo a resistência contra influências estrangeiras e criando condições para o desenvolvimento econômico e social futuro.