Na próxima quarta-feira, 28 de maio, a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) será palco de uma mobilização histórica. A comunidade acadêmica convoca uma paralisação geral e uma assembleia unificada às 14h, no Espaço Democrático da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. A convocatória responde a uma ameaça concreta: o Projeto de Lei nº 3.738/2025, protocolado pelo governo de Romeu Zema, que propõe a transferência da gestão da universidade para a União, no contexto da adesão de Minas ao chamado Propag (Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União).
O governo apresenta essa transferência como “federalização”. Mas o nome não disfarça o conteúdo não federaliza nada, apenas desobriga o estado do seu dever com a educação pública superior, extinguindo a UEMG como universidade estadual sem nenhuma garantia de continuidade. É isso o que está em jogo é o colapso completo de uma universidade que, nos últimos anos, apesar do abandono, tem resistido como pode com o esforço coletivo de quem a constrói dia após dia.
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Diante desse cenário, a comunidade acadêmica reagiu. A ADUEMG (Associação dos Docentes da UEMG) tem realizado plenárias em todas as unidades, construindo desde a base a resistência. O Diretório Central dos Estudantes também convocou os estudantes para a assembleia do dia 28, reforçando que a luta em defesa da UEMG é também uma luta pelo direito de existir como estudantes.
O que está sendo ameaçado é um projeto de universidade pública que vem sendo construído há décadas por gente trabalhadora. A UEMG é uma conquista do povo mineiro. A sua destruição não interessa a quem defende a educação como direito, como política de reparação social, como horizonte de emancipação coletiva. O que Zema propõe é o fim de tudo isso: o desmonte, a fragmentação, a mercantilização.
É hora de unificar forças. Os ataques à UEMG são parte de um projeto mais amplo de desmonte dos serviços públicos, de submissão da educação às exigências do mercado, de ataque aos direitos conquistados com luta. A defesa da UEMG é a defesa da universidade pública como um todo. Por isso, é hora de ir além dos muros da instituição. É hora de convocar o conjunto dos ativistas da educação, da cultura, dos movimentos sociais, do funcionalismo público, da juventude organizada e da classe trabalhadora para somar nessa luta.
No dia 28, todas e todos à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A luta em defesa da UEMG é de todos nós. Porque onde houver ameaça, haverá resistência e onde houver resistência, haverá futuro.
Pablo Henrique é bacharel em Arte Plásticas formado pela UEMG e Diretor da Fenametro