Nessa sexta-feira (23), completaram-se 76 anos desde a divisão oficial da Alemanha em dois Estados, evento ocorrido em 23 de maio de 1949, quando a República Federal da Alemanha (RFA) foi criada, seguida pela República Democrática Alemã (RDA) em 7 de outubro do mesmo ano. O evento marcou o fim da lua-de-mel pública entre o imperialismo e a União Soviética, iniciada na Segunda Guerra Mundial e encerrada tão logo o ímpeto revolucionário do pós-guerra arrefeceu.
Após a derrota da Alemanha nazista em 1945, os Aliados dividiram o país em quatro zonas de ocupação: americana, britânica, francesa e soviética. Berlim, dentro da zona soviética, também foi dividida.
A reconstrução da Europa, liderada pelo Plano Marshall dos EUA, visava conter revoluções socialistas, enquanto a URSS buscava consolidar sua influência no Leste. Em 1948, tensões cresceram com a introdução do marco alemão ocidental e o bloqueio soviético de Berlim, respondido pelo transporte aéreo dos Aliados.
Em 23 de maio de 1949, a RFA foi fundada nas zonas ocidentais, com capital em Bonn e apoio dos EUA, Reino Unido e França. A RDA, sob influência soviética, surgiu meses depois, com Berlim Oriental como capital. O Estado imperialista será integrado à OTAN em 1955, enquanto o stalinista, ao Pacto de Varsóvia no mesmo ano. A divisão durou até 1990, quando a reunificação ocorreu após a queda do Muro de Berlim.
O risco de revoluções proletárias no pós-guerra, destacado por greves massivas na França e Itália, foi neutralizado pelo fortalecimento do imperialismo e pela traição do stalinismo. A Alemanha dividida tornou-se um símbolo da Guerra Fria.