A implementação da Nova Política Econômica (NEP, da sigla em inglês), foi uma das etapas iniciais do desenvolvimento econômico do Estado Operário Russo após a política que ficou conhecida como “Comunismo de guerra”, onde havia o controle estatal direto da economia com as políticas de estatização das fábricas, a obrigatoriedade de entregas dos bens agrícolas pelos camponeses e a troca de mercadorias através de tíquetes ou troca direta.
O início da história
A política econômica de guerra praticada durante os primeiros anos pós-revolução marcou um declínio da economia soviética que abriu crises tanto dentro do partido como uma crescente desconfiança dos operários com a direção bolchevique. A revolta dos marinheiros de Kronstadt foi uma expressão central dessa crise, sendo inclusive apoiada por sindicatos e por uma fração importante do partido bolchevique denominada Oposição Operária. Insatisfeitos, clamavam pela deposição dos bolcheviques e pela democracia direta sobre o controle operário. A NEP foi uma proposta para a recuperação econômica rápida e efetiva, resolvendo os conflitos com setores diversos da Rússia.
Apesar de uma aparente contradição, era impossível continuar com o comunismo de guerra. Para que houvesse esse desenvolvimento, era necessário um restabelecimento controlado das relações de mercado típicas do capitalismo sob o controle do Estado Operário. Nessas circunstâncias, a Nova Política Econômica se colocava na ordem do dia como uma necessidade, como dizia Lênin, “um passo atrás para dar dois à frente”.
A exaustão da política anterior, através da negação das requisições forçados pelos camponeses e a exigência de produtos pelos operários, estabelecia o fim do comunismo de guerra e o início da economia de mercado no campo e na cidade por meio da permissão que uma parte dos produtos agrícolas fossem disponibilizados ao mercado de consumo e a criação de negócios urbanos.
Implementação da NEP
Os bolcheviques, após os graves eventos, consideraram a necessidade de reorganizar a produção e as políticas econômicas, assim como também reavaliar sua intervenção nos sindicatos e na produção. Avaliando as consequências das políticas anteriores, foi possível estabelecer que seria necessário que o excedente da economia agrícola e dos pequenos negócios urbanos impulsionassem o processo de industrialização urbano. Essa mudança na posição econômica também abriria espaço para o investimento do capital estrangeiro na União Soviética sob as condições do Estado operário.
Com a NEP, seria possível para os camponeses não só a economia de subsistência, mas a venda de parte da produção agrícola no mercado. A possibilidade de abertura de negócios urbanos nos setores de comércio e indústria também era possível em oposição a política anterior de estatização total da economia.
A economia soviética florescia, porém, crescia também uma parcela de kulaks, camponeses maiores que poderiam enriquecer com a abertura comercial. Como apontou Leon Trótski em um relatório, dois anos após posto em prática a política enfrentava um problema que ficou conhecido como “crise das tesouras”. Havia uma defasagem entre os preços agrícolas e os preços industriais resultado da recuperação da produção agrícola que não era acompanhada pela produção industrial.