Publicado originalmente por DW
O ano de 2024 será o primeiro a terminar com uma média de temperatura acima de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais e está prestes a ser confirmado como o mais quente da história da humanidade. O resultado é considerado por cientistas como o limite para impedir as piores consequências do aquecimento global.
O número foi pactuado pela comunidade internacional no Acordo de Paris em 2015 e gera um alerta de que o planeta pode romper a barreira de 1,5ºC e as metas da negociação em breve. O observatório Copernicus, da União Europeia, avalia que para violar o limite seriam necessários vários anos com temperaturas acima desse patamar.
Cientistas ouvidos pela Folha de S.Paulo avaliam que já não se pode mais limitar o aquecimento do planeta a esses níveis e que o novo limite pode passar a ser uma média global de 2ºC. A próxima conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), a COP30, ocorre em Belém (PA) em novembro de 2025.
O relatório mais recente do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) apontou que ainda é tecnicamente possível cumprir a meta de 1,5ºC, mas que o limite está sendo considerado cada vez mais difícil. O documento avalia que a Terra se encaminha para um aumento de até 3,1ºC.
“É importante dizer que o fato de superarmos temporariamente o 1,5°C não significa que já ultrapassamos a barreira do Acordo de Paris. Ainda há esperança de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C até o fim do século. O problema é que as coisas estão ficando muito mais difíceis”, afirma Thelma Krug, pesquisadora e ex-vice-presidente do IPCC (painel de especialistas do clima da ONU).
A cientista aponta que acabar com a utilização de combustíveis fósseis, responsáveis por cerca de 80% das emissões de gases de efeito estuda globais, é a única forma de interromper a atual trajetória de aquecimento do planeta.
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