A luta pela independência de Cuba começou no século XIX, com revoltas contra o jugo espanhol. A Guerra dos Dez Anos (1868-1878) e a Guerra de Independência (1895-1898) foram momentos cruciais, liderados por José Martí. Morto em combate em 1895, Martí defendia não apenas a libertação do domínio espanhol, mas também a resistência contra qualquer forma de dominação estrangeira sobre a ilha.
Em 1898, os EUA entraram na guerra contra a Espanha, sob o pretexto de apoiar a independência cubana. A vitória norte-americana foi fulminante, mas trouxe um novo problema: os EUA ocuparam Cuba, tratando-a como território subordinado. Entre 1898 e 1902, a ilha foi governada por um administração militar norte-americana, que controlava as decisões políticas e econômicas.
No dia 20 de maio de 1902, Cuba proclamou formalmente sua independência, tornando-se a República de Cuba após séculos de domínio colonial espanhol e uma breve ocupação norte-americana. Longe de conquistar uma independência plena, porém, a jovem república ficou sob a sombra dos Estados Unidos, que impuseram condições humilhantes e mantiveram controle econômico e político sobre a Ilha. Um marco dessa humilhação foi a Emenda Platt.
Por meio dela, os Estados Unidos tinham legalmente assegurado o direito de intervir militarmente em Cuba sempre que julgassem necessário, além de controlar a base naval de Guantánamo. Grandes empresas norte-americanas controlavam a produção de açúcar, principal riqueza da ilha, e exploravam a mão de obra local. A desigualdade social crescia, enquanto a classe trabalhadora cubana vivia em condições de miséria. Políticos cubanos, muitas vezes alinhados com interesses estrangeiros, perpetuavam a corrupção e a dependência.
A influência dos EUA gerou revoltas constantes. Movimentos operários, greves e protestos marcaram as décadas seguintes, com a classe trabalhadora exigindo soberania e melhorias no padrão de vida. A Emenda Platt foi revogada em 1934, mas a interferência norte-americana continuou, especialmente durante a ditadura de Fulgêncio Batista.
Apoiado pelos EUA, Batista governaria o país ao longo da década de 1950 com um regime de terror até então desconhecido. Tudo para atender os interesses das empresas estrangeiras, enquanto a pobreza e a repressão cresciam contra a população cubana.
Foi nessa conjuntura que a Revolução Cubana ganhou força. Em 1959, liderados por Fidel Castro, Che Guevara e outros revolucionários, os cubanos derrubaram Batista e tomaram o controle do país. A revolução não foi apenas uma troca de governo, mas uma ruptura completa com o domínio imperialista, marcando uma nova etapa da história cubana, que por um lado, ainda hoje paga um preço elevado por sua soberania, porém por outro, conquistou a proeza de ser livre como nenhuma outra nação latino-americana conseguiu até o momento.