O fim da jornada de trabalho de 6×1, regime no qual o trabalhador folga apenas um dia após seis dias consecutivos de serviço, foi o tema central do novo episódio do podcast Papo Reto. O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) entrevistou o presidente do Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região (SECOR), Luciano Pereira Leite. A entrevista abordou as mobilizações do 1º de Maio e as principais lutas da classe trabalhadora como: o fim da escala 6×1, a conquista de melhores condições de trabalho e a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, por mês.
Zarattini falou sobre a importância da mobilização social e política para a conquista de melhores condições de vida para os trabalhadores brasileiros. “Essa luta precisa se impor. Para isso, trabalhadores, sindicatos e militâncias devem se mobilizar nas ruas e nas redes sociais, pressionando para que o tema não fique estagnado no Congresso Nacional. O 1° de maio é uma ótima oportunidade para o povo defender essa pauta”.
Durante a conversa, Luciano destacou que a jornada 6×1 é uma pauta que vai além da esfera trabalhista, pois diz respeito à dignidade e qualidade de vida. “Nós, enquanto sindicato, estamos dialogando com as comunidades e com as igrejas para que todos compreendam que essa é uma questão humana, porque submeter o trabalhador a essas condições é desumano”.
Fim da escala 6X1: A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/25, que propõe a redução da jornada de trabalho. O Partido dos Trabalhadores já havia apresentado anteriormente propostas similares: a PEC 221/19, de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), e a PEC 148/15, do senador Paulo Paim (PT-RS). Agora, os textos tramitam conjuntamente na Câmara dos Deputados.
A petição pública criada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador Ricardo Azevedo (PSOL-RJ), já reúne aproximadamente 3 milhões de assinaturas, evidenciando o amplo apoio popular à causa.
Conquistas dos trabalhadores: Outro ponto importante abordado no episódio foi o projeto de lei encaminhado pelo presidente Lula ao Congresso, que propõe a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais. A medida corrige uma injustiça histórica: de 2015 a 2022, a tabela do IR permaneceu congelada, aumentando a carga tributária sobre os salários dos trabalhadores.
A valorização do salário mínimo também foi destaque. Em 2025, o valor passou a ser de R$ 1.518, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. Desde 2023, o governo Lula retomou a política de valorização real do salário mínimo, compromisso abandonado nos anos anteriores. Durante o desgoverno de Jair Bolsonaro, o salário mínimo perdeu poder de compra, algo que não acontecia desde a implementação do Plano Real, em 1994.
Zarattini também destacou o bom momento do mercado de trabalho brasileiro. Em fevereiro de 2025, o país bateu recorde ao gerar 432 mil empregos formais com carteira assinada, o maior número da série histórica do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No acumulado de 12 meses, o saldo é positivo em 1,78 milhão de novos empregos. “Com Lula, o Brasil está vivendo um momento de grande crescimento econômico, o que reflete nos recordes de geração de empregos”, disse.