A nossa tarefa é retomar o caráter de luta, classista e internacionalista do 1º de Maio. Nesse sentido, o PSTU atendeu ao chamado lançado pela CSP-Conlutas, de atos alternativos, organizados com independência de classe frente a todos os governos e patrões. Atos que unam as lutas que existem no momento, como a campanha pelo fim da escala 6×1 e as dos trabalhadores e trabalhadoras por aplicativos.
Só assim retomaremos o real sentido da data, que é a mobilização independente contra a exploração capitalista e em defesa das reivindicações da classe trabalhadora. O oposto do que fazem as grandes centrais sindicais, como Força Sindical e CUT, que organizam festas com shows e sorteios, com a presença de políticos burgueses e com o financiamento dos patrões.
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“A tarefa é construir atos de luta, classistas e internacionalistas, no 1º de Maio”
Independência de classe
O 1º de Maio é do trabalhador. Dia de lutar por nossas reivindicações históricas, que se chocam com os governos e patrões. Por isso, temos que garantir a nossa independência de classe, como aponta o manifesto da CSP-Conlutas, frente a todos e quaisquer governos e aos patrões.
Contudo, as demais centrais, assim como a esquerda governista, não querem saber de lutar contra o Arcabouço Fiscal ou enfrentar o governo Lula na defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Algumas destas entidades, como a Força Sindical, farão suas tradicionais festas, com sorteios e políticos de direita. A CUT, assim como a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular, tende a repetir o fiasco dos atos do ano passado que, apesar da justa pauta do “sem anistia”, não tratavam das demandas dos trabalhadores, como o fim do Arcabouço Fiscal e o aumento de salários, para enfrentar a inflação dos alimentos. Tudo isto justamente para não bater de frente com o governo Lula.
Sem anistia para os golpistas!
Nos atos do 1º de Maio, vamos enfrentar a extrema direita, exigindo a prisão de Bolsonaro e de todos os golpistas. É preciso punição, para que isso nunca mais aconteça.
Também é preciso enfrentar os governadores bolsonaristas e a ultradireita, inclusive no Congresso Nacional, com suas pautas reacionárias, que querem fazer retroceder os poucos direitos dos setores mais oprimidos, como as mulheres e as LGBTIs.
O governo Lula, porém, faz o contrário. Ao invés de lutar contra eles, faz parcerias com o governador reacionário de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), financiando, via Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), a privatização de escolas. Sem contar a base aliada do governo, cheia de direitosos, amigos do Bolsonaro.
Por isso, é preciso fortalecer uma oposição de esquerda ao governo Lula, como caminho para conseguirmos derrotar, de uma vez por todas, a ultradireita bolsonarista.
Internacionalismo
Outra marca que a classe trabalhadora precisa retomar é o seu internacionalismo proletário. É dia de denunciar o governo Trump e suas ameaças e perseguições. É o momento de denunciar o que está acontecendo com nossos irmãos e irmãs trabalhadores, que estão sendo mortos pela criminosa invasão colonialista russa na Ucrânia. E, também, cobrar a postura vergonhosa do governo Lula, de apoio a Putin.
É dia de levar as bandeiras da Palestina e lutar contra o genocídio em Gaza e, também, de exigir do governo Lula a ruptura total, de todas as relações (econômicas, políticas, militares, culturais e acadêmicas) com o Estado terrorista de Israel.
Bandeiras
Ocupar as ruas por nossas reivindicações!
É preciso lutar por:
– Fim da escala 6×1, com redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários.
– Aumento dos salários, com correção automática, no mesmo índice em que os preços dos alimentos aumentam.
– Isenção do Imposto de Renda até os R$ 5 mil, já, sem enrolação! Atualização geral da tabela, taxando progressivamente os super-ricos de verdade, principalmente as 200 maiores empresas e os bilionários que, hoje, não pagam impostos.
– Combate à crise climática, que atinge principalmente os mais pobres. Os principais responsáveis são os grandes capitalistas que poluem, desmatam e exterminam os povos originários.
– Fim da LGBTIfobia, do racismo, do machismo e todas as formas de opressão. Contra a violência machista, pela descriminalização e legalização do aborto seguro e gratuito, já!
– Demarcação e titulação de todas as terras indígenas e quilombolas! Abaixo o Marco Temporal.
Para garantir nossas reivindicações, precisamos exigir:
– O fim do Arcabouço Fiscal, que tira dinheiro da Saúde e da Educação para dar aos banqueiros.
– Revogação das reformas Trabalhista e da Previdência.
– Suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros, com ampliação das verbas para a Saúde e a Educação.
– Fim das privatizações e reestatização, sem indenização, das empresas, sob controle dos trabalhadores. Por uma Petrobras 100% estatal.
– Imposto progressivo sobre o lucro e dividendos das 200 maiores empresas e seus bilionários capitalistas. Expropriação dos bancos, dos grandes monopólios capitalistas e do agronegócio, para garantir alimentos para o povo.
– Reforma agrária já!
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Coluna do PSTU durante protesto contra mudanças climáticas Foto Sérgio Koei
A classe trabalhadora é quem produz tudo o que existe e faz o mundo funcionar. Mas quem fica com toda a riqueza é um punhado de bilionários e não mais que 250 megas empresas e bancos, que controlam a economia e a política.
O que pode, de verdade, mudar tudo isso é a união, a organização e a luta unificada dos trabalhadores, da juventude, de todo movimento popular da cidade e do campo; junto com a construção de uma alternativa política socialista e revolucionária.
É fundamental, nesse 1º de Maio, reforçar a necessidade da construção de uma alternativa de classe, revolucionária e socialista, para que a classe trabalhadora possa lutar pelo que é seu, por uma nova sociedade, sem exploração e opressão. Um país e um mundo socialistas!