1 em cada 4 casas ficaram sem luz na capital paulista

O apagão que deixou 1 em cada 4 casas sem luz na capital paulista nesta quarta-feira (10) é expressão da falência total do serviço prestado pela Enel após a privatização da antiga distribuidora de energia. Segundo dados da própria empresa, 1,4 milhão de clientes ficaram sem fornecimento em São Paulo, e 2,2 milhões de imóveis foram atingidos em toda a região metropolitana.

O episódio ocorreu durante rajadas de vento que chegaram a 90 km/h, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE). Mas, em São Paulo, chuvas e ventos fortes são fenômenos recorrentes desde a formação da cidade. O que mudou foi a estrutura da concessionária: após a privatização, a empresa reduziu equipes, fechou bases de atendimento, concentrou operações e deixou a rede em estado de fragilidade, incapaz de suportar qualquer intempérie sem provocar interrupções massivas e prolongadas.

Na prática, a ventania apenas revelou o grau de destruição do serviço. A cada chuva mais intensa, centenas de milhares de pessoas ficam horas ou dias no escuro, sem resposta rápida. Nesta quarta-feira, o alcance do apagão levou ao fechamento de parques municipais e estaduais, suspensão de atividades natalinas no Centro, paralisação de semáforos em diversos bairros e transtornos no transporte.

O Hospital São Paulo, referência na Vila Clementino, zona sul, funcionou por horas em condições precárias. A unidade ficou sem energia das 22h de terça-feira (9) até o meio-dia desta quarta, dependendo de estruturas emergenciais para manter atendimentos.

No Aeroporto de Congonhas, a concessionária Aena informou o cancelamento de 45 chegadas e 48 partidas, por determinação do controle de tráfego aéreo, deixando passageiros sem alternativa imediata.

Em nota, a Enel afirmou que mobilizou cerca de mil e trezentas equipes “reforçadas antecipadamente” para restabelecer o serviço. O resultado, no entanto, foi um apagão que atingiu milhões de pessoas em uma das maiores regiões metropolitanas do País, com demora generalizada no restabelecimento, o que confirma que a estrutura atual da empresa não dá conta de garantir um fornecimento minimamente estável.

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